Manto Tupinambá volta ao Brasil
Retorno de artefato histórico
O Museu Nacional confirmou, nesta quinta-feira (11), que o Manto Tupinambá, artefato indígena que estava na Dinamarca desde o século 17, retornou ao Brasil. A instituição informou que apresentará a peça nas próximas semanas, em data a ser confirmada.
Importância cultural e histórica
Após mais de três séculos fora do Brasil, o manto é uma vestimenta de 1,80 metro de altura confeccionada com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural. Além do valor estético e histórico para o Brasil, a doação da peça representa o resgate de uma memória transcendental para o povo tupinambá.
Conexão com a ancestralidade
Para os povos tupinambá, o manto é considerado um material vivo, capaz de conectá-los diretamente com os ancestrais e as práticas culturais do passado. Acredita-se que a última confecção desse artefato tenha ocorrido há alguns séculos, visto que ele só aparece em imagens de cronistas do século XVI.
Cerimônia de recepção
O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito), da Bahia, havia acordado em maio que o manto seria recebido no Brasil com uma cerimônia coordenada pelos próprios tupinambás. No entanto, a recepção foi inviabilizada, uma vez que a peça já estava no Museu Nacional, impedindo a realização da cerimônia.
Retorno e respeito às tradições
A cacique tupinambá Maria Valdelice de Jesus, a Jamopoty, expressou o desejo de que o manto seja recepcionado de acordo com as tradições tupinambás. Ela destacou a importância espiritual e cultural do artefato, que carrega consigo a história e a cultura do povo.
Reconstrução do Museu Nacional
O Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2018, manifestou sua gratidão à Dinamarca pelo retorno do manto e pela confiança na reconstrução da instituição. A equipe do museu está otimista com a possibilidade de iniciativas semelhantes por parte de outros países.