Operação policial prende militar da Marinha acusado de operar drones para facção criminosa
A Polícia Federal (PF) realizou uma operação na manhã desta segunda-feira (16) que resultou na prisão de um militar da Marinha suspeito de operar drones lança-granadas para a principal facção de traficantes do Rio de Janeiro. A identidade do militar não foi revelada e a prisão ocorreu em seu posto de trabalho na capital fluminense, com o apoio da Marinha.
Operação Buzz Bomb
A operação, denominada Buzz Bomb, teve como objetivo prender o militar acusado e tentar cumprir um mandado de prisão preventiva contra o líder da facção no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Durante a ação, que contou com veículos blindados, os policiais foram recebidos a tiros e a operação foi suspensa após quatro moradores serem feridos por estilhaços de disparos feitos pelos criminosos.
Para evitar um confronto armado mais intenso e visando preservar a população local, a polícia optou por não prosseguir com a ação neste momento.
Uso de drones em conflitos
A investigação que levou à prisão do militar teve início após traficantes utilizarem um drone adaptado para lançar artefatos explosivos contra milicianos na comunidade Gardênia Azul, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Foi identificado que o militar da Marinha era o responsável por operar o equipamento remotamente.
Além do uso dos drones para ataques, os traficantes também utilizavam os dispositivos para monitorar ações policiais nas áreas de atuação da quadrilha, como no Complexo da Penha.
Desdobramentos e investigação
Junto com a prisão do militar, foram emitidos mandados de busca e apreensão pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os envolvidos já foram denunciados pelo Ministério Público Estadual e poderão responder por crimes como organização criminosa e posse de material explosivo, com penas somadas que podem chegar a 14 anos de prisão.
A operação foi resultado do trabalho investigativo do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE/PF/RJ), com o apoio da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ).
Origem do nome da operação
O nome da operação faz referência à história dos drones, inspirados em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb durante a Segunda Guerra Mundial. Essas bombas eram assim chamadas devido ao som característico que produziam enquanto voavam em direção aos alvos.