Lula relaciona tentativa de golpe na Bolívia com reservas de lítio e minerais críticos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou nesta quinta-feira (27) sua opinião sobre a tentativa de golpe ocorrida na Bolívia no dia anterior, sugerindo que o episódio pode estar diretamente relacionado com as vastas reservas de lítio, gás e outros minérios presentes no país. Lula destacou a importância estratégica da Bolívia, que detém a maior reserva de lítio do mundo e outros minerais considerados críticos para diversas indústrias. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o ex-presidente alertou para os interesses internacionais envolvidos nesse contexto e a necessidade de se considerar tais aspectos no cenário político boliviano.
O “ouro branco” e sua relevância na transição energética
Conhecido como “ouro branco” ou “petróleo do século 21”, o lítio é um mineral de extrema importância para a transição energética e a fabricação de baterias de carros elétricos. Com 53% das reservas de lítio na América Latina concentradas em países como Chile, Argentina e Bolívia, a região desempenha um papel fundamental na cadeia global de abastecimento desse recurso estratégico, essencial para inúmeras aplicações industriais.
Visita de Lula à Bolívia e a defesa da democracia
Diante desse cenário, o presidente Lula confirmou sua viagem à Bolívia no dia 9 de julho, onde se encontrará com o presidente Luis Arce em Santa Cruz de la Sierra. Além disso, Lula terá reuniões com empresários locais, buscando fortalecer a democracia e apoiar o governo boliviano. A visita ocorrerá logo após a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, evidenciando a relevância da estabilidade política na região latino-americana.
Análise da tentativa de golpe na Bolívia
No dia 26 de junho, um grupo de soldados do Exército boliviano liderado pelo general Juan José Zúñiga realizou uma tentativa de golpe, reunindo-se na praça central Plaza Murillo, onde estão localizados o palácio presidencial e o Congresso do país. Com tanques blindados, os soldados conseguiram adentrar o palácio presidencial após arrombarem uma porta, gerando preocupações sobre a estabilidade política boliviana.
Diante desse cenário, o presidente Luis Arce tomou medidas imediatas, nomeando novos comandantes para as Forças Armadas e garantindo a segurança do governo. Zúñiga e diversos militares envolvidos na tentativa de golpe foram presos, demonstrando a resolução do governo em defender a democracia e a ordem constitucional no país.