Inflação de junho fica abaixo do registrado em maio para todas as faixas de renda, aponta Ipea
Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta segunda-feira (15) trouxe novos dados sobre a inflação no Brasil. Segundo o estudo, a inflação de junho ficou abaixo da registrada em maio para todas as faixas de renda no país. O grupo que exerceu a maior pressão inflacionária foi o de alimentos e bebidas, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras.
Impacto nos diversos grupos de renda
O levantamento considera seis categorias de renda domiciliar: muito baixa, baixa, média-baixa, média, média-alta e alta. De acordo com os dados coletados, o grupo de saúde e cuidados pessoais também teve um peso significativo para todas as classes de renda, mostrando a abrangência dos aumentos de preços em diversos setores da economia.
Desaceleração nas famílias de renda alta
Uma das maiores desacelerações foi observada entre as famílias de renda alta. A inflação para este grupo foi de 0,04% em junho, contra 0,46% registrado no mês de maio. Esse resultado positivo se deve, em parte, à queda nas tarifas aéreas e nos transportes por aplicativo, que contribuíram para a redução dos custos para as famílias mais abastadas.
Variações nas faixas de renda baixa e muito baixa
Por outro lado, as maiores variações foram observadas nas faixas de renda baixa e muito baixa, ambas com uma inflação de 0,29% em junho. Em maio, esses grupos também haviam registrado uma inflação semelhante, de 0,48%. Esses números revelam a dificuldade enfrentada pelas famílias de menor poder aquisitivo para lidar com os aumentos de preços no atual cenário econômico.
Situação no acumulado do ano e nos últimos 12 meses
No acumulado do ano, a menor variação foi registrada entre as famílias de renda alta, com 1,64%. Já a maior variação, de 2,87%, foi observada nas famílias de renda muito baixa. Esses números refletem a disparidade de impacto da inflação entre os diferentes estratos sociais. Já considerando os dados acumulados nos últimos 12 meses, a menor variação ocorre para as famílias de renda muito baixa, com uma taxa inflacionária de 3,66%, enquanto as famílias de renda alta acumulam a maior inflação, atingindo 4,79%.
Pressão inflacionária nos grupos de alimentos e bebidas e saúde e cuidados pessoais
No mês de junho, os alimentos e bebidas foram os principais vilões da inflação, com aumentos nos preços do arroz, tubérculos e leites e derivados, e deflação para frutas, carnes e aves e ovos. Já no grupo de saúde e cuidados pessoais, os reajustes mais significativos foram observados nos produtos farmacêuticos, higiene pessoal, serviços médicos, hospital e laboratório, e planos de saúde, apontando para a pressão inflacionária exercida por diversos segmentos da economia.