Índice de Intenção de Consumo das Famílias cai em julho, aponta CNC
O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou uma queda de 0,2% em julho, descontados os efeitos sazonais. De acordo com a CNC, a piora no mercado de trabalho atual, situação também prevista para os próximos meses, foi o que determinou esse recuo.
Esse é o primeiro resultado negativo desde abril, quando o ICF estava em crescimento, mantendo uma tendência positiva até o mês de junho.
Perspectivas de queda no índice de consumo
A análise anual do índice também revela uma retração na intenção de consumo. Embora tenha evoluído 2,3% em 12 meses, foi o menor crescimento do índice desde junho de 2021. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explicou que esse resultado mostra um crescimento acumulado, mas em ritmo decrescente, indicando uma desaceleração do otimismo em relação ao consumo.
Segundo Tavares, a melhoria no mercado de trabalho vinha contribuindo para os resultados positivos do ICF até então. No entanto, a diminuição das contratações e estabilidade nos salários têm impactado a confiança das pessoas no consumo, levando a uma queda no índice.
Perspectivas envolvendo o índice ICF
O ICF é calculado com base em sete indicadores relacionados às perspectivas de emprego, renda e consumo atuais, além de considerar a visão profissional a médio e longo prazo. Também avalia o planejamento para compra de bens duráveis e a percepção sobre o acesso ao crédito.
De acordo com Tavares, a visão futura foi a mais afetada na comparação anual, com uma queda de 7,6%, refletindo a preocupação dos consumidores em relação ao mercado de trabalho. A renda e o acesso ao crédito também são fatores determinantes para a intenção de consumo, influenciando diretamente no resultado do índice.
Gêneros e impacto na intenção de consumo
O ICF de julho mostrou que a intenção de consumo teve queda mensal tanto entre homens quanto mulheres, sendo mais intensa entre o público feminino. Tavares destacou que, atualmente, as mulheres são mais presentes como líderes do lar e tendem a ser mais precavidas devido a possíveis turbulências no mercado de trabalho.
Em relação ao emprego atual e perspectiva profissional, as mulheres apresentaram reduções maiores do que os homens, apontando um desafio maior para elas nesse cenário econômico.
Impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul
O ICF de julho também trouxe uma análise específica sobre a intenção de consumo no Rio Grande do Sul, após uma tragédia climática afetar o estado. A confiança do consumidor sofreu impactos significativos, refletindo em quedas nos indicadores mensal e anual.
O estado registrou um impacto negativo na perspectiva profissional, com o indicador atingindo um dos piores resultados (-8,4%), demonstrando como a tragédia afetou não apenas o consumo, mas também o otimismo e perspectiva das pessoas.