O governo não pretende reduzir o IOF sobre o câmbio, afirma ministro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não pretende reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio para conter a alta do dólar. Em declaração realizada em Brasília nesta terça-feira (2), Haddad destacou que a principal ação necessária para conter a desvalorização do real é uma melhor comunicação sobre o arcabouço fiscal e a autonomia do Banco Central (BC).
Dólar em alta
Nos últimos dias, o dólar tem apresentado uma tendência de alta em relação ao real. Após fechar a segunda-feira (1º) a R$ 5,65, a cotação chegou a atingir R$ 5,68 nesta terça-feira (2), mesmo após uma leve baixa no início do dia, quando chegou a ser negociado a R$ 5,63 nos primeiros minutos de negociação.
Rigidez do arcabouço fiscal
Haddad ressaltou a importância da rigidez do arcabouço fiscal e da autonomia do Banco Central para tranquilizar a população em relação à economia do país. Ele enfatizou a necessidade de aprimorar a comunicação desses temas como forma de garantir a estabilidade e confiança no mercado.
Atualmente, as operações cambiais estão sujeitas a taxas de IOF, que variam conforme o tipo de transação realizada. Para compras no exterior, a alíquota é de 4,38%, enquanto para compra de moeda estrangeira em espécie, a taxa é de 1,1%, com a perspectiva de zerar até 2028.
Com a redução progressiva da tributação sobre o câmbio, o Brasil busca cumprir requisitos para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Planos para conter despesas
O ministro Haddad informou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (3) para discutir um plano de revisão de gastos e cortes de despesas. Segundo ele, o presidente demonstrou preocupação com a escalada do dólar e elogiou as medidas fiscais e a autonomia do Banco Central.
Diante de rumores e especulações, Haddad reforçou a importância de manter o foco na agenda fiscal e na comunicação detalhada sobre as ações do governo. Ele destacou que o trabalho conjunto com o presidente visa garantir a estabilidade econômica e o controle da situação cambial no país.