O governo brasileiro prorroga prazo para relicitação do Aeroporto Internacional Tom Jobim
O governo federal decidiu prorrogar o prazo para a relicitação da concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, mais conhecido como Galeão, localizado na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. A decisão, que foi publicada no Diário Oficial da União, estende o prazo por 24 meses a partir de 12 de agosto, conforme resolução assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, presidente do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI).
Contexto da concessão
O Aeroporto do Galeão foi concedido à iniciativa privada em 2013, com a empresa Changi Airports International, com sede em Singapura, assumindo a operação. A Changi detém 51% da estrutura, enquanto os 49% restantes são da estatal Infraero. A transição foi concluída em agosto de 2014, com a Changi realizando investimentos significativos, totalizando R$ 2 bilhões.
Em fevereiro de 2022, a Changi manifestou à Anac o interesse em devolver o Galeão ao governo devido à queda de demanda de passageiros durante a pandemia de covid-19, causando desequilíbrio financeiro no contrato de concessão. O setor aéreo foi duramente afetado em 2020, levando à decisão da empresa em abrir mão da operação.
Recuo da decisão
No final de 2023, a Changi enviou um ofício às autoridades competentes expressando o interesse em permanecer na operação do Galeão. No entanto, para que a decisão de recuo fosse efetivada, era necessário o aval do governo federal, que até o momento não foi concedido.
Fluxo de passageiros e medidas adotadas
A queda na demanda de passageiros ao longo dos anos fez com que o Aeroporto do Galeão perdesse posições no ranking de movimentação aérea no Brasil, caindo da segunda para a décima posição. Em resposta a essa situação, o governo implementou restrições de voos no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, com o objetivo de aumentar a demanda no Galeão.
Essa iniciativa surtiu efeito, com um aumento significativo no número de passageiros no primeiro semestre de 2024. Foram registrados 6,6 milhões de passageiros no Galeão, quase o dobro do ano anterior, com um crescimento de 84% no número de pousos e decolagens. A maioria desses voos foram domésticos, indicando uma retomada no fluxo de viajantes.