CSMPF Aplica Pena de Censura à Procuradora Thamea Danelon por Manifestações Contra o STF
O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) decidiu, por maioria de votos, aplicar pena de censura à procuradora Thaméa Danelon, ex-coordenadora da Operação Lava Jato em São Paulo. A decisão foi tomada nesta terça-feira (4) após os subprocuradores da República que compõem o órgão entenderem que a procuradora fez manifestações públicas em entrevistas e comentários na imprensa com conteúdo depreciativo contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e ministros da Corte, entre os anos de 2019 e 2022.
Punição Recomendada pelo Subprocurador Mário Bonsaglia
A punição foi recomendada no voto proferido pelo subprocurador Mário Bonsaglia. Segundo o relator, Thaméa Danelon não guardou decoro pessoal no trato com as instituições de Justiça, o que contraria o Estatuto do Ministério Público. Bonsaglia ressaltou que a procuradora fez comentários dúbios acerca da credibilidade do sistema de Justiça no Brasil, afirmou que ministros da Suprema Corte decidem contra a Constituição, fez comentários relacionados à delação premiada que evidenciariam ligação da facção criminosa PCC e o PT, além de proferir críticas contundentes ao STF e seus ministros.
Defesa da Procuradora no Processo Disciplinar
Durante o julgamento, a defesa da procuradora Thaméa Danelon pediu o arquivamento do processo disciplinar. O advogado Felipe de Oliveira Mesquita alegou que a procuradora nunca teve atuação política e que as acusações de envolvimento político eram infundadas. Mesquita argumentou que a procuradora deixou claro em entrevistas que não possui alinhamento partidário, afirmando que não é bolsonarista nem lulista. Portanto, a defesa considera injusta a aplicação da pena de censura.