Alertas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado apresentam cenários distintos
Amazônia
Os alertas de desmatamento registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na Amazônia tiveram uma queda significativa de 45,7% no período de agosto de 2023 a julho de 2024. Isso resultou em um total de 4.314,76 quilômetros quadrados (km²) desmatados, o menor valor desde 2016. Os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) indicaram essa redução, após já ter sido detectada uma queda de 7,4% no período anterior.
O monitoramento do Deter tem como objetivo mostrar a tendência anual de desmatamento, enquanto o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) faz medições mais detalhadas de agosto a julho.
Ao analisar especificamente o mês de julho de 2024, observou-se um crescimento de 33% nos alertas de desmatamento em relação ao ano anterior, o que João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), destacou como uma tendência comum para esse período. No entanto, os dados apontam para uma redução geral no desmatamento em toda a região, abrangendo os estados mais críticos e diversas categorias fundiárias.
Impacto das políticas públicas
A redução no desmatamento demonstra que as políticas públicas implementadas para combater as irregularidades ambientais estão surtindo efeito, disse Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Cerrado
Enquanto na Amazônia os alertas de desmatamento diminuíram, no bioma do Cerrado houve um aumento de 9% no desmatamento, atingindo aproximadamente 7.015 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024. Essa é a maior taxa desde o início da metodologia de monitoramento em 2017. No entanto, nos últimos quatro meses, já foi observada uma tendência de redução nesses índices no Cerrado.
O Observatório do Clima aponta que o aumento do desmatamento no Cerrado pode indicar uma migração da destruição ambiental da floresta para a savana, devido a menos controle governamental e maior permissibilidade para atividades agropecuárias nessa região. Apesar disso, o secretário-executivo do MMA ressalta que os esforços do governo, como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado), estão contribuindo para conter o avanço da destruição ambiental.