Memorial da Luta pela Justiça será construído em São Paulo
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania firmou um acordo de cooperação técnica para a implantação do Memorial da Luta pela Justiça em São Paulo. O museu será instalado no prédio da antiga sede da Auditoria Militar, local emblemático onde ocorreram julgamentos de crimes políticos durante a ditadura no Brasil, tornando-se um símbolo da repressão. O objetivo principal é conscientizar as atuais e futuras gerações para que erros do passado não se repitam.
Obras do memorial e parcerias institucionais
O prédio do futuro memorial, localizado na Rua Brigadeiro Luiz Antônio, será transformado em um equipamento sociocultural inédito, dedicado a projetos de pesquisa, educação e cultura. Estão previstas exposições, acervos, programas de visitação e debates, visando resgatar, registrar e preservar a história das violações de direitos humanos no Brasil. A expectativa é que as obras comecem em setembro, com previsão de entrega do prédio em até dois anos.
A construção do memorial contará com parceria da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo (OAB-SP) e do Núcleo Memória, organização dedicada à preservação da memória política no país. Diversos atores sociais, como profissionais do direito, ex-presos políticos, museólogos, arquitetos, historiadores e jornalistas, contribuíram com o projeto.
Políticas de memória e reflexão sobre o passado
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ressaltou a importância das políticas de memória para evidenciar o significado do passado e como ele repercute no presente e no futuro. De acordo com o ministro, o Brasil necessita desse tipo de trabalho, assim como outros países que também enfrentaram períodos traumáticos. Transformar um local marcado por julgamentos, condenações e torturas em um espaço de reflexão é um passo significativo nesse sentido.
Silvio Almeida também mencionou a transformação da Casa da Morte em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em museu, como parte das iniciativas para estabelecer políticas de memória. Além disso, será criada uma comissão no ministério para acompanhar as recomendações da Comissão Nacional da Verdade, que investiga violações de direitos humanos ocorridas entre setembro de 1946 e outubro de 1988. O Centro de Memória e Documentação de Direitos Humanos também será estabelecido até o final do ano no ministério.