Ação conjunta combate condições de trabalho análogas à escravidão
A Polícia Federal (PF), com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego, deflagrou nesta sexta-feira (5) a Operação Desilusão. O objetivo da operação é combater a submissão de pessoas a condições de trabalho semelhantes à escravidão. Durante a ação, pelo menos oito vítimas foram identificadas, mas esse número pode aumentar, informou a corporação. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Aracaju.
Investigação revela exploração e abusos
Segundo informações da Polícia Federal, durante a fase sigilosa da investigação, foi apurado que os suspeitos estariam explorando pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. As vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas de trabalho, sob a falsa promessa de receberem mais de um salário mínimo por semana. Devido à remuneração variável, dependente da produção, as vítimas eram obrigadas a permanecer mais de 10 horas por dia nas ruas, tentando vender produtos, mesmo estando doentes.
Trabalho precário e ausência de direitos
Um dos principais fatores que caracterizam a situação como trabalho análogo à escravidão é a ausência de contrato formal entre os investigados e as vítimas. Isso resulta na privação de direitos trabalhistas básicos, como o pagamento de 13º salário, férias e recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O salário recebido era inferior ao mínimo legal, o que prejudicava a subsistência das vítimas, especialmente em relação à alimentação, destacou a Polícia Federal.
Busca por justiça e reparação
Os crimes investigados envolvem a redução de pessoas a condições de trabalho análogas à escravidão. A atuação conjunta da PF, do MPT e do Ministério do Trabalho e Emprego visa não apenas combater essa prática, mas também garantir que os exploradores paguem as verbas trabalhistas devidas às vítimas. A operação Desilusão é mais um passo na luta contra a exploração e pelo respeito aos direitos humanos no ambiente de trabalho.