Ex-candidato à presidência da Venezuela se pronuncia sobre mandado de prisão
Justificativas de Edmundo González Urrutia
Edmundo González Urrutia, ex-candidato à presidência da Venezuela, divulgou uma carta ao Ministério Público (MP) do país explicando sua ausência nos depoimentos. Ele alegou que as notificações que recebeu não possuem fundamento legal e negou responsabilidade pela publicação das atas da oposição em um site. Autoridades venezuelanas afirmam que as mais de nove mil atas divulgadas são falsas, porém os dados da eleição por mesa de votação ainda não foram publicamente divulgados.
Reação das autoridades venezuelanas
O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William, criticou a postura de González Urrutia, alegando que ao mesmo tempo em que reconhece a autoridade do MP, ele se recusa a se submeter ao sistema de Justiça. O político foi orientado a comparecer ao MP, pois sua carta foi considerada prejudicial à sua situação jurídica. Um mandado de prisão foi emitido contra o ex-candidato devido ao risco de fuga, após ele não responder às citações para depor sobre o caso.
Repercussões internacionais
O mandado de prisão contra Edmundo González Urrutia foi criticado pelos Estados Unidos e visto com preocupação pelo Brasil e pela Colômbia, que ressaltaram as dificuldades em se alcançar uma solução pacífica para o conflito na Venezuela. A líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que é responsável pela digitalização das atas que indicam a vitória do ex-candidato. Ela reforçou a legitimidade desses documentos, defendendo Edmundo como presidente eleito.
Detalhamento da carta de Edmundo
Defesa de Edmundo González Urrutia
Na carta divulgada, Edmundo argumenta que a publicação das atas na internet não usurpa as funções do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. Ele acredita que a entrega dessas atas às testemunhas da oposição é garantida pela legislação do país. O ex-candidato também justifica sua não comparência ao MP, afirmando que isso aumentaria as tensões no país e reforçaria um contexto de judicialização da política.
Posicionamento do Procurador-Geral
O Procurador-Geral da República, Tarek Saasb, reforçou a investigação aberta contra os responsáveis pela divulgação das atas questionando o resultado eleitoral. Ele relacionou o questionamento da oposição a uma onda de violência que resultou em vítimas fatais e feridos, assim como danos a bens públicos e privados. Tarek também contestou as denúncias de violações aos direitos humanos durante os protestos pós-eleitorais, alegando que nenhuma reclamação formal foi feita até o momento.