Forças venezuelanas cercam embaixada da Argentina em Caracas
Partido oposicionista denuncia ação de homens encapuzados
O partido de oposição Vente Venezuela (VV) denunciou que a sede diplomática da Argentina em Caracas está sob “cerco” de homens encapuzados desde a noite de sexta-feira (06/09). Após a expulsão da missão diplomática do governo de Javier Milei, o local está sob a custódia do Brasil, que também é responsável por seis refugiados da oposição no local.
Nicolás Maduro ordenou a ação, acusa VV
De acordo com o VV, liderado por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer às eleições presidenciais de julho pelo regime chavista, o presidente Nicolás Maduro ordenou a ação. “Patrulhas com agentes do regime continuam chegando à sede da embaixada da Argentina em Caracas. Consideramos Nicolás Maduro responsável por esse cerco contra nossos líderes em asilo”, escreveu na rede social X.
Denúncias de agentes e cortes de energia
Anteriormente, o coordenador internacional do VV, Pedro Urruchurtu – um dos refugiados – afirmou que agentes da Direção de Ações Estratégicas e Táticas (DAET) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN), juntamente com “funcionários encapuzados e armados”, cercam o local. O ex-deputado Omar González, também em asilo, denunciou o corte no fornecimento de eletricidade à residência, que agora está abastecida por gerador de energia.
Retaliação de Maduro a países vizinhos e repressão política
Desde agosto, o Brasil está encarregado da custódia dos escritórios diplomáticos da Argentina e do Peru na Venezuela, assim como da representação de seus interesses e cidadãos no país caribenho, após a expulsão dos funcionários de ambas as legações. O Brasil também assumiu a custódia dos seis refugiados da oposição.
Além da Argentina, o governo de Maduro também exigiu que o Peru, o Chile, a Costa Rica, o Panamá, a República Dominicana e o Uruguai retirassem “imediatamente” seus representantes, em rejeição às suas declarações “interferentes” sobre as eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o chavista foi proclamado vencedor, o que é questionado por grande parte da comunidade internacional.
A Venezuela vive atualmente um cenário sem precedentes de repressão política e autoritarismo. Até o momento, o governo do autoproclamado presidente reeleito não apresentou os registros das eleições, e tem abafado com violência quem manifesta dúvidas em relação ao processo. Até o momento, mais de 2.400 pessoas foram presas desde as eleições de 28 de julho.