Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ratifica vitória de Nicolás Maduro
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, dominado pelo chavismo, ratificou nesta quinta, 22, a vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho. A decisão foi tomada após a conclusão da perícia técnica solicitada pelo governo. No parecer, o TSJ também proibiu a divulgação das atas eleitorais, que detalham o resultado da votação.
Pressão da oposição e comunidade internacional
A publicação das atas vinha sendo cobrada pela oposição e pela comunidade internacional, incluindo o Brasil. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a declarar que, sem a divulgação, era impossível reconhecer o resultado. Segundo o TSJ, a decisão de ontem é “inapelável”.
Reações internacionais
Nas últimas semanas, Brasil, México e Colômbia vinham tentando coordenar uma resposta em conjunto, pressionando Maduro para que ele divulgasse as atas. Lula não se manifestou sobre a decisão de ontem. É provável que um comunicado oficial seja publicado hoje.
O assessor internacional de Lula, Celso Amorim, disse que o Brasil vai “fazer o possível para evitar um conflito” na Venezuela, segundo o site da revista Carta Capital. O presidente do Chile, Gabriel Boric, também falou sobre a sentença. “Não há dúvida de que estamos diante de uma ditadura que falsifica eleições”, disse.
Ataque à decisão
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor com 51,9% dos votos, com base em 80% das urnas apuradas. A oposição contesta, reivindicando a vitória do ex-diplomata Edmundo González Urrutia. Os opositores criaram um portal para divulgar atas que mostram uma vitória de González Urrutia, com 67% dos votos.
Protestos e repressão
Ontem, o procurador-geral anunciou novas mortes relacionadas aos protestos após as eleições, totalizando 27 mortos. O governo alega que 190 pessoas ficaram feridas e cerca de 2,4 mil manifestantes foram presos. A situação na Venezuela continua tensa e o cenário político cada vez mais conturbado.