Sindicatos de Boa Vista propõem paralisação geral no dia 30 de abril
Representantes dos sindicatos municipais de Boa Vista, Roraima, realizaram uma reunião na noite da última sexta-feira, 28 de março, e decidiram levar à categoria a proposta de uma paralisação geral de todos os servidores municipais no dia 30 de abril. A decisão final será tomada a partir de votação realizada em assembleias de cada entidade sindical nas próximas semanas. A mobilização visa pressionar a Prefeitura Municipal a retirar o Projeto de Lei Complementar (PLC) 001/2025, que propõe uma reforma no Regime Próprio de Previdência do Município (Pressem).
União histórica em defesa dos servidores
Pela primeira vez na história de Roraima, os sindicatos representantes dos trabalhadores municipais estão unidos e alinhados em uma ação conjunta. A proposta de paralisação geral é uma resposta ao PLC 001/2025, enviado pelo prefeito Arthur Henrique à Câmara Municipal. O projeto prevê alterações significativas no Pressem, incluindo o aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14%, o aumento do tempo de contribuição para aposentadoria e a redução dos valores dos benefícios previdenciários.
Os presidentes e diretores dos sindicatos destacaram que a união das entidades é inédita e reflete a determinação em proteger os direitos dos servidores. Além da retirada do projeto, os sindicatos cobram diálogo com o poder Executivo para que as propostas dos trabalhadores sejam ouvidas e consideradas nas decisões governamentais.
Preocupações com o impacto da reforma
Os sindicalistas expressaram preocupação com as consequências irreversíveis que o PLC 001/2025 pode trazer para os servidores ativos, aposentados e pensionistas do município. Eles afirmam que o projeto representa retrocessos que afetarão negativamente milhares de famílias, sem que estas tenham tido a oportunidade de questionar ou discutir as mudanças propostas.
Ao longo do mês de abril, os sindicatos realizarão assembleias com suas respectivas categorias para definir os itens de pauta que serão defendidos durante a paralisação. No entanto, a retirada do PLC 001/2025 é um ponto comum e unânime entre todas as entidades.
Falta de diálogo com o Executivo
Desde o dia 27 de fevereiro, quando o projeto foi enviado à Câmara Municipal, os sindicatos vêm tentando estabelecer um diálogo com o prefeito Arthur Henrique. No entanto, as tentativas de contato têm sido ignoradas, e os representantes dos servidores afirmam que o silêncio do Executivo é a única resposta recebida até o momento.
Além de formalizar pedidos de retirada do projeto e de abertura de diálogo via ofício, os sindicatos também protocolaram cinco documentos junto ao Pressem. Nesses documentos, as entidades solicitam informações e dados sobre a gestão dos recursos dos servidores, que são administrados pelo Regime de Previdência. A falta de transparência e a ausência de diálogo têm sido pontos de crítica constante por parte dos sindicalistas.
Projeto considerado radical e preocupante
O PLC 001/2025 é visto como uma reforma radical e arriscada, que pode gerar perdas significativas de benefícios para os servidores municipais. Os sindicatos destacam que o projeto foi elaborado sem a participação ou consulta das categorias afetadas, o que contraria princípios básicos de transparência e democracia.
Os trabalhadores municipais de Boa Vista aguardam com expectativa as assembleias que definirão os rumos da mobilização. A paralisação geral, caso aprovada, será um marco na luta pelos direitos dos servidores e um sinal claro de insatisfação com as políticas adotadas pela gestão municipal.
Enquanto isso, os sindicatos seguem firmes em sua posição, defendendo a retirada do projeto e a abertura de um diálogo efetivo com o prefeito Arthur Henrique. A união das entidades e a mobilização das categorias demonstram que os servidores municipais estão dispostos a lutar por seus direitos e por um futuro mais justo para todos.