Governo de Roraima discute desafios e oportunidades na integração de fronteiras
O Governo de Roraima, por meio da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), deu um passo significativo esta semana ao debater os principais desafios e oportunidades nas áreas de infraestrutura, ordenamento territorial, desenvolvimento sustentável, inclusão social e integração regional. As discussões fazem parte dos Planos de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira (PDIFF), uma iniciativa que visa fortalecer a cooperação entre diferentes esferas de governo e com os países vizinhos.
Reuniões estratégicas promovem diálogo e planejamento
Os encontros, organizados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), contaram com o apoio do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Realizadas entre os dias 31 de março e 4 de abril, as reuniões tiveram início na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima (Faperr), em Boa Vista, e se estenderam aos municípios de Bonfim e Pacaraima.
Durante os debates, Rosimere de Souza, representante do Ibam, destacou a relevância do projeto, que não apenas estrutura os PDIFF, mas também apoia a criação dos Núcleos Estaduais de Fronteira. Esses núcleos terão a missão de acompanhar a implementação dos planos e contribuir para a governança regional. “A iniciativa visa reforçar a cooperação entre esferas de governo e com os países vizinhos, com foco em setores estratégicos como bioeconomia, tecnologias da informação e comunicação [TICs] e economia circular, promovendo o desenvolvimento sustentável e a integração regional”, explicou Rosimere.
Roraima e a Amazônia Legal no centro das atenções
Roraima é um dos seis Estados da Amazônia Legal contemplados pelo projeto, ao lado de Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia. No total, o PDIFF abrange 97 municípios situados na Faixa de Fronteira, uma região que se estende por 150 km ao longo da divisa terrestre do Brasil com países vizinhos. “O trabalho contempla o mapeamento de atores relevantes para a temática das fronteiras amazônicas, a realização de Oficinas de Planejamento Territorial [OPT] em seis Estados, além do apoio à estruturação dos Núcleos Estaduais de Fronteira do Arco Norte”, reforçou Rosimere.
Eduardo Oestreicher, coordenador de Negócios Internacionais, adiantou que as visitas aos municípios serão retomadas no próximo mês, com a realização de oficinas em Boa Vista para aprofundar os principais pontos discutidos. “Nesses encontros, também serão incorporadas as sugestões recebidas, com o objetivo de aprimorar o fluxo comercial, as relações sociais, a integração regional e outros aspectos relevantes no contexto da faixa de fronteira. Esperamos contar com a participação de todos que, direta ou indiretamente, desempenham um papel estratégico nessa relação com os países vizinhos”, afirmou Oestreicher.
Participação ampla e eixos temáticos prioritários
A elaboração dos planos em Roraima contou com a participação de órgãos federais, governos estaduais e municipais, setor empresarial e organizações da sociedade civil. As propostas priorizaram eixos temáticos como ordenamento territorial, regularização fundiária, gestão ambiental e climática, infraestrutura, fomento às atividades produtivas sustentáveis, inclusão social, povos indígenas e comunidades tradicionais, além da integração regional, migrações e segurança.
Próximos passos e expectativas
Com a retomada das visitas aos municípios e a realização de novas oficinas, o Governo de Roraima espera consolidar um planejamento robusto e participativo para a região de fronteira. A iniciativa não apenas busca fortalecer a cooperação entre os diferentes atores envolvidos, mas também promover um desenvolvimento sustentável e integrado, beneficiando tanto o Estado quanto os países vizinhos.
O sucesso do PDIFF em Roraima pode servir como um modelo para outras regiões fronteiriças do Brasil, demonstrando a importância do diálogo e da colaboração para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem nas áreas de fronteira.