Concessão de financiamento de veículos acelera no Brasil
Retomada do mercado automotivo impulsiona crédito
A concessão e o saldo de crédito para o financiamento de veículos aceleraram ao longo do último ano, impulsionados pela retomada na produção das montadoras e uma melhora no perfil de crédito dos clientes. Os efeitos foram vistos na carteira de crédito dos bancos no segundo trimestre, marcando a retomada do apetite das instituições por linhas de maior risco.
Desempenho do mercado de veículos
Em junho deste ano, a concessão de financiamentos automotivos no Brasil totalizou R$ 16,8 bilhões, um aumento de 32,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a inadimplência caiu de 5,5% para 4,5% em um ano. A liberação de crédito acompanhou o crescimento dos emplacamentos de veículos novos, que aumentaram 15,6% no primeiro semestre, de acordo com a Fenabrave. As vendas de seminovos e usados também tiveram um crescimento de 9,6% no mesmo período.
Recordes de concessão nos bancos
O impulso comercial gerou um primeiro semestre de vendas excepcional, com recordes sendo quebrados nos bancos. O Santander liberou R$ 26,5 bilhões, enquanto o BV, líder em financiamento de veículos leves usados, alcançou R$ 13,6 bilhões em concessões. A assertividade no mercado foi favorecida por fatores macroeconômicos positivos e pela preparação das instituições em termos de capacidade de crédito.
Equação do mercado automotivo
No primeiro semestre, para cada carro novo emplacado no Brasil, cinco usados foram vendidos. Os bancos acreditam que essa relação deve convergir para um cenário de um para quatro, à medida que a produção das montadoras se normaliza. A pandemia da covid-19 impactou as cadeias de suprimento entre 2021 e 2022, reduzindo a produção e aumentando os preços de veículos novos e usados.
Novas dinâmicas no financiamento automotivo
A retomada dos financiamentos de veículos trouxe consigo novas dinâmicas, como a redução do prazo médio das operações para 48 meses, a extinção de parcelamentos longos e a representatividade maior da entrada. A taxa média de financiamento estava em 25,5% em junho, com uma leve queda de 1,3 ponto percentual em um ano. Apesar de ser mais barato que crédito pessoal, o financiamento automotivo não teve uma redução significativa devido à manutenção dos juros futuros.