Destinação de imóveis desocupados em São Paulo pode reduzir emissões de gases do efeito estufa em 56%
Impacto positivo na redução das emissões de gases do efeito estufa
Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Pólis apontou que a destinação de imóveis desocupados na cidade de São Paulo para pessoas de baixa renda poderia resultar em uma redução significativa de 4,4 milhões de toneladas de emissões de gases do efeito estufa em um período de 20 anos. Esse valor equivale a 56% das emissões anuais do Uruguai ou cinco vezes a quantidade de emissões da cidade de Santo André. O estudo considerou a quantidade de viagens poupadas com a destinação desses imóveis, sendo uma medida que traria benefícios tanto ambientais quanto sociais.
Potencial de moradias e benefícios para as famílias de baixa renda
Os dados do Censo Habitacional do IBGE de 2022 identificaram 87 mil domicílios não ocupados na região, apontando um potencial para 200 mil moradias entre imóveis ociosos e a construção de habitações em terrenos desocupados. Além da redução de emissões de gases, a destinação desses imóveis traz bem-estar e dignidade às famílias de baixa renda, oferecendo um ambiente seguro e melhores condições de vida, conforme previsto na legislação brasileira.
A importância da atuação e da conscientização da população
O coordenador da pesquisa, Rodrigo Iacovini, ressaltou a importância de cumprir a legislação federal para melhorar a situação dessas famílias, além de destacar possíveis fontes de financiamento para viabilizar essa destinação. Entre as alternativas, estão a redução de investimentos em novas moradias em prol da revitalização de unidades no centro, a taxação de grandes fortunas e a pressão para apoio de países desenvolvidos que causam impactos climáticos.
Iniciativas governamentais em São Paulo
A prefeitura de São Paulo informou que anunciou a desapropriação de cinco imóveis na região central para transformação em moradias de interesse social. Além disso, desde 2021, mais de 48 mil moradias populares foram licenciadas no centro, com grande parte destinada a famílias de baixa renda. O governo estadual também está investindo em melhorias na região central, com projetos de construção e retrofit de moradias, totalizando um aporte de R$ 2,4 bilhões para essas iniciativas.
Desafios e obstáculos
Apesar dos benefícios e potenciais transformações positivas, a questão da reinserção de imóveis subutilizados no mercado enfrenta desafios como impasses judiciais, problemas de titularidade e regularização fundiária. A prefeitura ressalta que viabilizar essa ação não é algo de curto prazo, sendo necessária uma atuação conjunta da população e dos órgãos públicos.