Operação Rei do Gado desvenda esquema bilionário de sonegação de impostos
Prisões preventivas e mandados de busca e apreensão são cumpridos em várias cidades
A Operação Rei do Gado, deflagrada nesta quarta-feira (17) pela Receita Federal, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e o Ministério Público do Estado do Maranhão, tem como alvo a investigação de um esquema de sonegação fiscal na compra e venda de gado, que chega a quase R$ 1 bilhão. Um mandado de prisão preventiva foi cumprido em Brasília, juntamente com outros 50 mandados de busca e apreensão em seis cidades paulistas: Bálsamo, Cardoso, Macedônia, Rancharia, Santa Fé do Sul e Votuporanga. Além destas, as buscas se estendem a localidades no Maranhão, Minas Gerais, Tocantins, Goiás e no Distrito Federal.
Esquema fraudulento e valores milionários
A investigação busca reunir provas contra um esquema de sonegação fiscal que envolveu transações fraudulentas na compra e venda de gado, totalizando quase R$ 1,4 bilhão entre julho de 2020 e abril de 2023. Estima-se que cerca de R$ 300 milhões correspondem à sonegação de impostos federais envolvendo quase 450 mil bovinos em seis estados brasileiros e no Distrito Federal. Ademais, as autoridades determinaram a suspensão judicial de servidores públicos suspeitos de participação no crime, bem como o bloqueio de bens dos envolvidos, que chega ao montante de R$ 67 milhões.
Organização do esquema criminoso
O esquema de sonegação de impostos era complexo e dividido em quatro núcleos distintos, cada um desempenhando uma função específica: o primeiro era composto por servidores públicos que inseriam dados falsos nos sistemas de impostos; o segundo por contadores responsáveis pela emissão de notas fiscais falsas; o terceiro por “laranjas”, que emprestavam nome e CPF para a emissão de 7 mil notas fiscais avulsas fraudulentas; por fim, o quarto núcleo envolvia compradores de gado e transportadores dos animais para frigoríficos em São Paulo.