PF aponta estrutura da Abin favorecendo filhos de Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) revelou que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada no governo de Jair Bolsonaro para favorecer dois de seus filhos. Segundo a corporação, agentes monitoraram ilegalmente informações sobre Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Relatório da Abin Paralela
O relatório da investigação chamada de “Abin Paralela” foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo do inquérito que investiga o caso. Um policial federal que atuava na agência foi designado para espionar Allan Lucena, ex-sócio de Jair Renan em uma empresa de eventos. Jair Renan é acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público.
No caso de Flávio Bolsonaro, as ações clandestinas de monitoramento foram realizadas contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela investigação da “rachadinha” no gabinete do senador quando ele era deputado estadual.
Os investigadores apontam que as buscas por informações sobre os auditores foram determinadas pelo deputado federal Alexandre Ramagem, na época diretor da Abin.
Defesa de Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais, alegando que a divulgação do relatório de investigação tinha o objetivo de prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele afirmou: “Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”.
A Agência Brasil buscou contato com as defesas de Jair Bolsonaro, Jair Renan e do deputado Ramagem.