Pobreza atinge 1,1 bilhão de pessoas no mundo, aponta relatório da ONU
Pelo menos 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza em todo o mundo, sendo que quase metade dessas pessoas (455 milhões) estão em países em guerra ou em situações de paz frágil. Esses dados foram divulgados em um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em colaboração com a Universidade de Oxford.
Situação alarmante principalmente para crianças
De acordo com o estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais de metade dos pobres, cerca de 584 milhões, são crianças. A situação é ainda mais grave nas zonas rurais, onde 28% da população mundial vive na pobreza, enquanto nas áreas urbanas esse número é de 6,6%.
Concentração da pobreza em regiões específicas
O relatório aponta que a maior parte da população em situação de pobreza (83,2% dos 1,1 bilhão) está localizada em regiões da África Subsaariana, com 553 milhões de pessoas, e no sul da Ásia, com 402 milhões. Nestas regiões, sub-regiões como o Sahel ou a parte oriental da África são particularmente afetadas, classificando países como Níger, Chade, República Centro-Africana, Burundi, Madagáscar e Mali como os mais pobres.
Desafios a serem superados nos países em desenvolvimento
O estudo ainda destaca que 749 milhões das pessoas em situação de pobreza vivem em países em desenvolvimento, onde metade delas não tem acesso à eletricidade (579 milhões) e 482 milhões vivem em famílias com crianças que precisaram abandonar a escola.
Relação entre conflitos e pobreza
Uma análise detalhada da relação entre conflitos armados e pobreza mostra que nos países em guerra a taxa de pobreza atinge 34,8% da população, enquanto nos demais países esse número é de 10,9%. Dos 455 milhões de pobres vivendo em países em conflito, 218 milhões estão em locais de guerra.
Apelo por medidas de apoio
O diretor do PNUD, Achim Steiner, alertou que os conflitos têm se intensificado e multiplicado nos últimos anos, causando deslocamentos em massa e impactando diretamente na vida e nos meios de subsistência das pessoas. Ele defendeu a necessidade de reforçar as medidas de apoio para essas populações em vulnerabilidade, ressaltando a importância de recursos e intervenções especializadas para quebrar o ciclo da pobreza e da crise.