Manifestantes invadem Parlamento no Quênia
Um grupo de manifestantes invadiu o Parlamento do Quênia, na capital Nairobi, nesta terça-feira (25). A ação faz parte de uma onda de protestos contra o aumento de impostos no país. De acordo com paramédicos presentes no local, os confrontos resultaram em pelo menos dez mortes por arma de fogo.
Confrontos e relatos de violência
Manifestantes e policiais entraram em confronto no local. A ativista queniana Auma Obama, irmã de Barack Obama, participou das manifestações e relatou ter sido atingida com gás lacrimogêneo por policiais locais. Testemunhas relataram à agência de notícias Reuters que havia fumaça saindo do Parlamento durante a manhã. Até o momento, o governo queniano, alvo dos protestos, não se pronunciou sobre o ocorrido.
Reivindicações dos manifestantes
Além do aumento de impostos, os manifestantes estão pedindo a demissão do presidente do país, William Rutho. Um dos manifestantes, Davis Tafari, afirmou à Reuters que desejam fechar o Parlamento e que todos os deputados deveriam renunciar. O clima de insatisfação se estendeu para diversas outras cidades e vilas do Quênia, com protestos e confrontos ocorrendo em vários locais.
Aumento de impostos e cenário político
O Parlamento aprovou um projeto de lei financeira que ainda passará por uma terceira leitura pelos legisladores. A legislação precisa ser enviada ao presidente para ser assinada, e ele tem o poder de devolvê-la ao parlamento caso haja objeções. Os manifestantes contestam os aumentos de impostos, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos, e fazem apelos pela demissão do Presidente William Ruto.
O presidente Ruto, eleito há quase dois anos com um discurso de defesa dos trabalhadores pobres, enfrenta pressões divergentes, incluindo as demandas do Fundo Monetário Internacional por redução de déficits para acesso a mais financiamento e a insatisfação da população diante de dificuldades econômicas.
Rumos econômicos e insatisfação popular
Os quenianos têm enfrentado diversos desafios econômicos, como os impactos da pandemia de COVID-19, conflitos internacionais e crises climáticas. A lei financeira proposta tem como objetivo arrecadar mais impostos para aliviar a carga da dívida, mas as concessões feitas pelo governo, como a eliminação de novos impostos sobre itens essenciais, não foram suficientes para acalmar os ânimos dos manifestantes.