Indígenas realizam protesto em Brasília por mais segurança e reconhecimento de territórios
Manifestação pacífica em busca de direitos indígenas
Nesta quinta-feira (8), em Brasília, indígenas realizaram um protesto em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O objetivo do ato era reivindicar mais segurança para as comunidades guarani e kaiowá em Mato Grosso do Sul, bem como a conclusão do processo de reconhecimento de parte dos territórios originalmente pertencentes a seus antepassados.
Portando faixas e cartazes, 45 representantes das duas etnias e apoiadores da causa indígena se reuniram, interrompendo por alguns minutos o fluxo de veículos na Esplanada dos Ministérios. Uma pequena delegação foi recebida por representantes do ministério, sem divulgação dos detalhes da conversa até o momento.
Conflito em Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica
A manifestação foi classificada como um “ato pelo fim do massacre em curso na Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica”. A reserva de cerca de 12 mil hectares localizada em Douradina, Mato Grosso do Sul, foi delimitada em 2011. No entanto, sucessivos recursos judiciais impedem a conclusão do processo de reconhecimento dos direitos indígenas na área.
Diante da demora no processo, grupos indígenas decidiram “retomar” parte do território, o que gerou uma violenta reação de não indígenas, intensificando o conflito fundiário que perdura há décadas. Recentemente, ataques armados a acampamentos indígenas resultaram em feridos e destruição de propriedades.
Lideranças indígenas resistem e pedem apoio do Estado
Descontentes com a situação, lideranças indígenas e organizações indigenistas denunciaram a violência sofrida. O cacique Ednaldo Tabajara afirmou durante o protesto que irão resistir até o último indígena, destacando a necessidade de mobilização e apoio para garantir os direitos das comunidades.
O governo federal autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública para tentar conter a escalada da violência e proteger os moradores da região. A ministra dos Povos Indígenas viajou à região para mediar o conflito, enquanto o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania recebeu lideranças indígenas em Brasília.