França marcha contra a extrema-direita
Participação massiva nas manifestações
Centenas de milhares de cidadãos marcharam contra a extrema-direita em várias cidades da França, em um movimento que reuniu grupamentos políticos, sindicatos, ativistas antirracistas e associações da sociedade civil. Embora cálculos preliminares apontassem para uma participação entre 300 mil e 500 mil pessoas, a polícia estimou em 250 mil o total de manifestantes. Para garantir a segurança, foram mobilizados cerca de 21 mil policiais e guardas nacionais. Ao todo, estão previstas cerca de 200 passeatas no país ao longo do fim de semana.
Projeções para as eleições parlamentares
O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, venceu as recentes eleições para o Parlamento Europeu e é projetado como favorito nas legislativas antecipadas na França. Atualmente, a sigla é liderada por Jordan Bardella, mas mantém a presença e influência de Le Pen. Na eleição europeia, o RN obteve 31,5% dos votos, enquanto a aliança centrista liderada pelo partido de Emmanuel Macron, Renascimento (RE), ficou com 15,2%.
“Nova Frente Popular”
Com o intuito de barrar o avanço da extrema-direita, os principais partidos de esquerda na França se uniram na chamada “Nova Frente Popular”. A coalizão inclui desde a França Insubmissa (LFI) até os socialistas e Os Ecologistas (EELV). Entre os candidatos da aliança está o ex-presidente François Hollande, que apoiou integralmente a criação da Nova Frente Popular como forma de superar divergências e evitar um governo liderado pela extrema-direita. Contudo, a coalizão já enfrenta tensões internas em relação a questões como conflitos na Ucrânia e em Gaza.
Preocupações e projeções
Durante as manifestações, líderes sindicais e políticos de esquerda expressaram preocupação com a possibilidade de Jordan Bardella, do RN, se tornar o próximo primeiro-ministro da França. Enquanto isso, pesquisas indicam uma vitória do RN com 33% no primeiro turno das eleições, seguido por 25% para a ala centrista de Macron. A direita clássica de Os Republicanos (LR) enfrenta uma crise interna, com seu líder Éric Ciotti sem descartar um pacto com Le Pen.
Com diversas forças políticas em jogo e a mobilização popular contra a extrema-direita, a França se prepara para um cenário eleitoral altamente polarizado e decisivo para os rumos do país.