Estudantes mantêm ocupação na Uerj em meio a impasse com a reitoria
Estudantes seguem ocupando prédios da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mesmo após o prazo estabelecido pela instituição para desocupação ter expirado. A Uerj havia dado um prazo até as 10h desta quinta-feira (12) para que os estudantes deixassem os locais ocupados, porém, sem negociação sobre as demandas apresentadas pelos estudantes, estes afirmaram que pretendem seguir com o movimento.
Ocupação em protesto contra mudanças nas regras de bolsas e auxílios
Desde 26 de julho, os estudantes ocupam a reitoria da Uerj em um protesto contra as mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil para alunos de graduação. O movimento de ocupação se estendeu também para o Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do campus Maracanã, o que resultou na suspensão das aulas na universidade.
Falta de espaço para negociações e novos atos executivos
Tanto a reitoria quanto os estudantes alegam falta de espaço para negociações. Em decorrência disso, a Uerj publicou novos atos executivos estabelecendo um regime de transição para os critérios de concessão de bolsas de assistência estudantil. As novas regras estabelecidas pela Uerj têm sido alvo de protestos por parte dos estudantes que reivindicam a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, que impõe medidas como a limitação do Auxílio Alimentação e a renda familiar para concessão de auxílios e bolsas.
Demandas dos estudantes e mudanças na concessão de bolsas
Os estudantes pedem a revogação do Ato Executivo que restringe a concessão do Auxílio Alimentação e estabelece critérios de renda familiar para recebimento de auxílios e Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social. De acordo com a Uerj, as novas regras excluem cerca de 1,2 mil estudantes que não se enquadram nos novos critérios estabelecidos.
Transição e medidas anunciadas pela reitoria
Na última terça-feira (10), a reitoria informou que encerrou a etapa de negociações e publicou novos atos executivos, estabelecendo medidas de transição para os estudantes afetados pelas mudanças. Dentre as medidas anunciadas estão o pagamento de bolsa de transição, auxílio-transporte e tarifa zero no restaurante universitário ou auxílio-alimentação nos campi sem restaurante. Essas medidas são direcionadas para estudantes em vulnerabilidade social com renda familiar entre 0,5 e 1,5 salário-mínimo.