Projeto “Educar é Prevenir” encerra ciclo de atividades em escola de Boa Vista
O projeto “Educar é Prevenir”, desenvolvido pelo Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas (CPVTP), vinculado ao Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), concluiu nesta sexta-feira, 21 de março de 2025, sua primeira etapa do ano na Escola Estadual Maria das Dores Brasil, localizada no bairro 13 de Setembro, em Boa Vista. A iniciativa abordou temas como tráfico humano, abuso sexual e violações de direitos, promovendo conscientização e prevenção entre estudantes e professores.
Resultados positivos na formação da comunidade escolar
Durante a semana, foram realizadas diversas atividades que mobilizaram a comunidade escolar, consolidando a unidade como a 49ª escola atendida pelo projeto em Roraima. Socorro Santos, diretora do PDDHC, avaliou os resultados de forma positiva e destacou a importância do diálogo estabelecido. “Iniciamos 2025 com um trabalho produtivo, apesar dos desafios enfrentados por essa escola de grande porte. Identificamos questões sensíveis, principalmente relacionadas à migração, e pudemos esclarecer dúvidas sobre o tráfico de pessoas, que ainda é pouco compreendido pela maioria”, afirmou.
Santos ressaltou que o projeto contribuiu para desenvolver um olhar mais crítico e atento entre os participantes, capacitando-os para identificar possíveis casos de abuso, exploração e tráfico humano. “Essa formação é essencial para que a comunidade escolar saiba como agir diante de situações de risco”, completou.
Parceria estratégica com a OAB-RR
Uma das parcerias de destaque do projeto é com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Roraima (OAB-RR). Ana Souza, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RR, reforçou o compromisso da instituição em colaborar com a iniciativa. “Nosso objetivo é caminhar lado a lado com o projeto, contribuindo em todas as etapas e garantindo que o cronograma seja cumprido integralmente”, destacou Souza.
Além disso, a OAB-RR colocou à disposição todas as suas comissões temáticas para ampliar o alcance das ações. “A atuação das comissões inclui a fiscalização e a formalização de denúncias, inclusive em fóruns internacionais de direitos humanos, o que potencializa a proteção às vítimas”, explicou a presidente.
Impacto na comunidade escolar
Roda de conversa encerra atividades
A culminância das atividades aconteceu com uma roda de conversa que reuniu estudantes, professores, gestores e representantes da rede de proteção. O debate abordou as modalidades de tráfico humano e as formas de prevenção, promovendo reflexões importantes entre os participantes.
Preparação de líderes de turma
Laureen Santana, estudante de 14 anos do 1º ano do ensino médio, participou do ciclo de formação destinado aos líderes de turma e avaliou positivamente a metodologia do projeto. “Foi uma iniciativa muito interessante, pois selecionaram os líderes e vice-líderes para repassar as informações de forma direcionada. Isso garante que nada se perca e que todos recebam as orientações corretamente”, afirmou.
Empoderamento e continuidade
Veranilda Lavareda, vice-diretora da escola, destacou que o projeto chegou em um momento crucial para a instituição, localizada em uma região socialmente vulnerável. “Essa equipe trouxe conhecimento e empoderamento para toda a comunidade escolar. Agora, temos mais propriedade para trabalhar com nossos alunos e com o entorno da escola, dando continuidade ao que foi aprendido”, compartilhou.
Próximas etapas do projeto
Entre os dias 24 e 27 de março, o “Educar é Prevenir” estará na Escola Estadual Ayrton Senna, localizada na Avenida São Paulo, bairro dos Estados. Será a 50ª unidade de ensino a receber a iniciativa em Roraima. A programação inclui a entrega de materiais de divulgação, capacitação de gestores, professores e líderes de turma, além de atividades em sala de aula e uma roda de conversa com toda a comunidade escolar.
Sobre o projeto “Educar é Prevenir”
Criado em 2017, o projeto tem como principal objetivo conscientizar crianças e adolescentes sobre o tráfico humano, especialmente aqueles na faixa etária mais visada pelos aliciadores. Com foco em Boa Vista e em municípios fronteiriços como Pacaraima e Bonfim, a iniciativa já atingiu 49 escolas, capacitando milhares de estudantes e profissionais da educação.
Canais de denúncia e apoio
Denúncias de tráfico de pessoas podem ser feitas por meio dos disques 100 ou 180. As vítimas também podem buscar atendimento presencial na sede do PDDHC, localizada na Rua Coronel Pinto, 524, bairro Centro, ou pelo e-mail traficodepessoas.rr@gmail.com.