Análise do Mercado Financeiro: Dólar fecha estável após intervenção do BC e Bolsa tem o melhor mês do ano
Variações do Dólar
No fechamento desta sexta-feira (30), o dólar comercial encerrou o dia sendo vendido a R$ 5,633, registrando uma alta de apenas 0,17%. Durante o dia, a cotação apresentou uma forte volatilidade, atingindo o valor de R$ 5,58 após a primeira intervenção do Banco Central (BC) pela manhã, subindo para R$ 5,69 minutos depois. Após a segunda atuação do BC por volta das 12h30, o dólar passou a maior parte da tarde em torno de R$ 5,65, chegando próximo da estabilidade no final das negociações.
Intervenção do Banco Central
Nesta sexta-feira, o BC realizou duas intervenções no mercado cambial. Pela manhã, vendeu US$ 1,5 bilhão à vista das reservas internacionais, a primeira ação deste tipo desde abril de 2022. À tarde, a autoridade monetária leiloou US$ 765 milhões em novos contratos de swap cambial tradicional, operação que consiste na venda de dólares no mercado futuro.
Justificativa das Atuações
O BC justificou as intervenções devido à necessidade de combater disfunções no mercado de câmbio no último dia útil do quadrimestre. Tradicionalmente, os investidores realizam ajustes em suas carteiras no final de cada mês, o que impacta a taxa Ptax, influenciando a conversão em reais da dívida pública em dólar e das reservas internacionais.
Desempenho do Dólar e da Bolsa
Apesar de ter registrado uma alta de 2,86% na semana, o dólar encerrou o mês de agosto com uma leve queda de 0,34%. O mercado de ações teve um dia de ajustes, com o Ibovespa, da B3, fechando aos 136.004 pontos, uma queda de apenas 0,03%. A bolsa registra um desempenho positivo de 6,54% no ano, com o melhor resultado mensal desde novembro de 2023, impulsionado pelas expectativas de queda de juros nos Estados Unidos a partir de setembro.
Impactos Internos e Externos
No cenário internacional, a divulgação de que a inflação nos Estados Unidos ficou em 0,2% em julho teve uma recepção mista, impactando os planos do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) de cortar os juros em setembro. No cenário doméstico, o déficit primário do setor público brasileiro em julho foi pior do que o esperado, influenciando as negociações no mercado.
* Com informações da Reuters