Real apresenta queda expressiva frente ao dólar
O dólar teve uma queda significativa nesta terça-feira, 9, fechando no menor valor em mais de dez dias e se aproximando do piso de R$ 5,40. O movimento foi impulsionado por uma onda de valorização de moedas emergentes da América Latina, mesmo com o aumento moderado das taxas dos Treasuries de 10 e 30 anos.
Expectativas em relação ao Federal Reserve
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em uma audiência no Senado americano, não se comprometeu com um movimento de corte de juros nos próximos meses. No entanto, os indicadores econômicos mais recentes aumentaram as expectativas de uma redução da taxa básica em setembro. Powell afirmou que as decisões do Fed dependerão de leituras positivas dos indicadores, independentemente de a inflação atingir a meta de 2%.
Desempenho do Real em relação a outras moedas emergentes
O real teve o segundo melhor desempenho entre as principais moedas emergentes e de países exportadores de commodities, ficando atrás apenas do peso chileno. Além do bom momento externo, a moeda brasileira se beneficia da diminuição da percepção de risco local, devido aos sinais de corte de gastos por parte do governo para cumprir as metas fiscais.
Dólar em queda e efeitos da liquidez reduzida
Desde a abertura dos negócios, o dólar apresentou queda e, durante a tarde, chegou a atingir o valor de R$ 5,4135. A liquidez foi afetada devido ao feriado em São Paulo, o que tornou a formação da taxa de câmbio mais suscetível a operações pontuais. Operadores também observaram a entrada de recursos de exportadores e o desmonte parcial de posições cambiais defensivas no mercado futuro.
Perspectivas futuras para o câmbio
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, destacou que o real está em um processo de recuperação iniciado na semana passada. Ele acredita que a moeda brasileira ainda tem espaço para se valorizar, podendo chegar próximo de R$ 5,30. A estabilidade política e fiscal serão fundamentais para o comportamento do câmbio nos próximos dias, com a possibilidade de o real se valorizar frente ao dólar.
Amanhã, o mercado estará atento ao novo discurso de Powell no Congresso americano, enquanto na quinta-feira será divulgado o índice de preços ao consumidor referente a junho. A projeção é que o câmbio encerre o ano em torno de R$ 5,30, refletindo as expectativas de um cenário fiscal menos otimista do que o anunciado pelo governo.