Corpos encontrados em Gaza após retirada de tropas israelenses
Situação em Gaza após nove meses de guerra
A agência de Defesa Civil palestina afirmou nesta sexta-feira (12) que encontrou quase 60 corpos em dois bairros da cidade de Gaza após a retirada das tropas israelenses que travaram uma dura ofensiva contra o Hamas. Depois de mais de nove meses de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, os combates continuam de norte a sul da Faixa de Gaza, mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que há “progressos” na negociação por uma trégua.
Descoberta dos corpos e situação dos locais
Os corpos foram encontrados nos bairros de Tal al Hawa e Al Sinaa, no sudoeste da cidade de Gaza, disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, que afirmou que a descoberta ocorreu após a retirada das tropas israelenses. Basal indicou que dezenas de corpos foram encontrados “nas estradas e entre escombros” e que muitas casas foram destruídas nestas duas zonas da cidade e que outras foram queimadas. “Ainda há pessoas desaparecidas sob os escombros das casas destruídas”, disse o porta-voz, destacando a dificuldade que os socorristas enfrentam no acesso às casas destruídas.
Evacuação da Cidade de Gaza e situação dos refugiados
Além de Shujaiya, tropas e tanques israelenses entraram em outros bairros da Cidade de Gaza para combater milicianos do Hamas e da Jihad Islâmica, e entraram inclusive no complexo de uma sede desocupada da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). O Exército israelense ordenou na quarta-feira a evacuação da Cidade de Gaza, uma área que abriga até 350 mil pessoas, segundo a ONU, e alertou que a localidade continua sendo “uma zona de combate perigosa”. Uma mulher, Umm Ihab Arafat, relatou que foi deslocada quatro vezes devido ao conflito e pediu por descanso para seus filhos.
Negociações e perspectivas de cessar-fogo
O presidente americano, Joe Biden, declarou na quinta-feira que há “progressos” nas negociações de cessar-fogo promovidas por Egito, Catar e Estados Unidos, mas que são questões “difíceis e complexas”. Em meio às negociações indiretas, o Hamas propôs que um governo palestino independente dirigisse a Faixa de Gaza após a guerra. O líder do Hamas também afirmou que a proposta para a administração de Gaza pós-guerra foi apresentada aos mediadores.
Situação de reféns e posição de Israel
O Hamas anunciou no domingo que não exige mais um cessar-fogo permanente para negociar a libertação dos reféns, um requisito que sempre foi defendido. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que não acabaria com a guerra até libertar todos os reféns e destruir o Hamas, uma organização considerada “terrorista”.