Guerra interna no Cartel de Sinaloa desencadeia onda de violência no México
Uma guerra interna de facções do Cartel de Sinaloa se instaurou recentemente no México, gerando uma onda de violência na capital do Estado de Sinaloa, Culiacán. O conflito teve início com a prisão de um dos fundadores do cartel, Ismael “El Mayo” Zambada, em julho, que se declarou inocente em Nova York de 17 acusações de assassinato e tráfico de drogas nesta sexta-feira, 13.
Violência em Culiacán e impactos na população
Até quinta-feira, 12, autoridades estaduais relataram pelo menos 12 mortos, 11 pessoas feridas a bala, 20 relatos de pessoas desaparecidas e 31 casos de roubos de carros. A cidade de Culiacán foi descrita como “paralisada em meio aos confrontos”, com escolas fechadas, comemorações do dia da independência canceladas e comerciantes mantendo as portas fechadas durante os tiroteios.
Pedido de paz do presidente do México
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fez um apelo às facções em guerra para agirem de forma responsável e evitarem mais mortes após a escalada de violência. Ele afirmou que a autoridade moral do presidente é ouvida por todos, inclusive os criminosos. Membros da Guarda Nacional foram enviados para Sinaloa para conter a situação.
Julgamento de “El Mayo” Zambada em Nova York
Nesta sexta-feira, em Nova York, Ismael Zambada se declarou inocente em um caso federal de tráfico de drogas, no qual é acusado de planos de assassinato e torturas. Ele foi preso em julho nos EUA, após mais de duas décadas sendo procurado. O advogado de Zambada afirmou que seu cliente não considera acordo com o governo e espera que o caso vá a julgamento.
O juiz federal James Cho determinou que Zambada permaneça preso até o julgamento, sem possibilidade de fiança. Ele é considerado um dos capos do narcotráfico mais poderosos do mundo e é apontado como estrategista do cartel. Após décadas liderando o tráfico de narcóticos, Zambada agora enfrenta a justiça nos Estados Unidos.
As autoridades dos EUA descreveram a derrota do Cartel de Sinaloa como uma das principais prioridades operacionais. O líder foi transferido para o Texas após sua prisão em julho e agora aguarda o desenrolar do processo judicial. Sua próxima audiência está marcada para 31 de outubro.