Advogados da BHP iniciam defesa no julgamento da tragédia de Mariana
No terceiro dia de julgamento no tribunal britânico sobre o rompimento da barragem de Mariana, os advogados da mineradora anglo-australiana BHP deram início à sua defesa. A empresas está sendo julgada pela responsabilidade no desastre ocorrido em Minas Gerais no ano de 2015. Nos dois primeiros dias, as vítimas apresentaram suas teses em busca de responsabilização da BHP.
Tese das vítimas e a defesa da BHP
A barragem que se rompeu pertencia à Samarco, uma joint-venture entre a Vale e a BHP Brasil. O escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), que representa 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 46 municípios impactados pelo desastre, argumenta que as decisões na Samarco exigiam o acordo conjunto dos representantes acionistas da BHP e da Vale. Além disso, as vítimas alegam que a BHP tinha conhecimento prévio dos riscos envolvendo a barragem.
Por sua vez, a BHP refuta as alegações sobre o nível de controle que exercia sobre a Samarco, afirmando que a empresa sempre teve operações e gestão independentes. A mineradora continua colaborando com a Samarco e a Vale para apoiar os processos de reparação e compensação em andamento no Brasil.
Defesa e colaboração
A subsidiária da BHP no Brasil está trabalhando com as autoridades brasileiras em busca de soluções para compensação e reparação justa e abrangente. A empresa reafirma seu compromisso com a defesa no processo judicial no Reino Unido, mesmo que isso possa prejudicar os esforços em curso no Brasil.
A BHP terá dois dias para apresentar sua defesa perante o tribunal e nas próximas três semanas serão ouvidos depoimentos de testemunhas do caso, seguidos por especialistas em legislações brasileiras. Estas testemunhas fornecerão informações à juíza britânica Finola O’Farrell sobre as leis do Brasil.
Previsão e desdobramentos do julgamento
Estima-se que o julgamento se estenda até março de 2025, com três meses adicionais para a sentença da juíza. Nesta fase, será determinada a responsabilidade da BHP no desastre. Caso a empresa seja considerada culpada, um novo julgamento será necessário para definir possíveis valores de indenização.