Juiz auxiliar do STF sugere estratégia para embasar investigações contra bolsonaristas
O juiz instrutor do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Airton Vieira, propos uma estratégia para evitar que o uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar investigações contra bolsonaristas fosse considerado descarado, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Planos elaborados para evitar transparência nas ações
No áudio divulgado, Airton Vieira expressa preocupação com a transparência das ações: “Ficaria chato”, diz ele, ao sugerir que os pedidos de relatório ao TSE fossem feitos de forma mais sutil, para não levantar suspeitas sobre as motivações por trás das investigações.
Moraes pede relatórios para embasar decisões contra aliados de Bolsonaro
A equipe de Moraes solicitou continuamente relatórios ao setor responsável pelo combate à desinformação no TSE para embasar ações contra bolsonaristas investigados no inquérito das fake news e das milícias digitais. Há um fluxo irregular de informações da Corte Eleitoral para o STF, conforme apurado pela Folha.
Segundo a publicação, mais de seis gigabytes de mensagens via WhatsApp trocadas entre funcionários do gabinete de Moraes revelam os bastidores dessas solicitações e ações.
Alterações na autoria dos pedidos para camuflar a origem
Em áudios revelados pela Folha, Airton Vieira destaca a necessidade de mudar a autoria dos pedidos de relatórios para que pareçam originados no TSE, e não no STF, como de fato eram. O objetivo era evitar questionamentos sobre a legalidade das ações.
As conversas mostram a preocupação em manter uma aparência de legitimidade nas ações realizadas, mesmo que de forma questionável nos bastidores.
Conclusão
Apesar de todas as ações terem sido descritas como regulares pelo gabinete de Moraes, as revelações trazem à tona questionamentos sobre a transparência e a ética nas investigações conduzidas pelo STF. A tentativa de camuflar a origem dos pedidos e a forma como os relatórios foram obtidos levantam dúvidas sobre a imparcialidade do processo.